Meu testemunho

 

Eu me chamo Flávia,e fui criada numa igreja evangélica desde dois anos de idade.Eu era assídua a EBD e as programações voltadas às crianças que a igreja promovia.

Morava comigo minha irmã ,meu pai e minha mãe, que sofria de uma enfermidade chamada artrite reumatóide,onde ela mal podia se mexer na cama..Nossa vida não era nada fácil,meu pai era militar e tinha um baixo salário,e boa parte dele era voltado à compra de medicamentos para minha mãe;mas nós éramos muito felizes

vivíamos em união,em harmonia,nosso lar era abençoado por Deus. Eu e minha irmã sentíamos que realmente éramos amadas por nossos pais...

Certa vez,houve uma grande festa em minha igreja,onde um irmão foi nos contar do milagre que Deus tinha feito em sua vida.....ele nos relatou que havia sido baleado com mais de vinte tiros e foi morto....mas que Deus o ressuscitou em meio ao necrotério.Ele nos mostrava por seu corpo as marcas das balas...e eu com apenas nove anos ,estava sentada na primeira fileira assistia tudo com muita atenção.Fiquei impressionada com aquilo,e ali pude perceber o quanto Nosso Deus é Poderoso,e verdadeiramente passei a ter uma fé maior neste Deus.

Após três meses,uma tragédia aconteceu em minha vida.No dia 12 de janeiro de 1991 fomos acordados com minha vizinha batendo na porta,suplicando por ajuda.Meu pai rapidamente foi atender , ela dizia que havia uns assaltantes querendo invadir a casa dela,e meu pai na função de militar foi tentar resolver o problema...Quando de repente ouvimos de nossa casa tiros e mais tiros (lembro-me de detalhes,como se fosse ontem) e rapidamente recebemos a notícia: meu pai havia morrido!

Ficamos desesperadas porque ele era o alicerce da família,e o que seria de nós com nossa mãe doente?Ás vezes fico imaginando o que mamãe pensou naquela época.Mas nós tínhamos conosco algo maior que nossa tristeza,que era Deus...e Deus sempre dizia para minha mãe que nunca nos desampararia (e verdadeiramente nunca desamparou).

De repente em meio aquele todo desespero lembre-me daquele testemunho contado pelo irmão...então pensei: “Deus é tão maravilhoso,ressuscitou aquele irmão e a tia contou que Ele fez tantos milagres...então Ele pode ressuscitar meu pai também!” E foi nesta fé que me apeguei.Minha mãe me conta que quando eu a via chorando dizia: “Chora não,mãe.Papai vai voltar!”

Vi o tamanho do sofrimento da minha mãe,então decidi falar com Deus para que Ele resolvesse esse problema,trazendo meu pai de volta,como ele fez com aquele irmão.Eu orava sem cessar: quando acordava,quando almoçava,quando ia dormir....esta era minha única oração,não falava mais nada com Deus,só pedia meu pai de volta.

Eu tinha certeza que Deus atenderia meu pedido,porque a tia da igreja dizia que era só pedir que Deus ouvia...

Todas as tardes por volta da 17:30 (este era o horário que ele voltava do quartel) eu me assentava na porta da minha casa esperando que meu pai voltasse,mas nada acontecia....ás vezes ficava por duas,.três horas,mas nada...

Você talvez pode não acreditar,mas fiquei vivendo esta rotina por mais de seis meses.Sentava todos os dias á porta,mas de nada adiantava....

Então pensei: “Bom,ta chegando meu aniversário.De repente este vai ser o presente que Deus vai me dá!”...mas chegou o dia do meu aniversário,e nada aconteceu....

Então tomei uma decisão: ”vou parar de orar....pra que orar se Deus não me ouve?Ele não me responde,não ta nem aí pra mim....nem deve saber que eu existo,e nem me amar,porque Ele num atende meu pedido!Porque Ele ressuscitou aquele irmão e não quer ressuscitar meu pai?’sim....Ele não me ama mesmo!”

Fiquei muito chateada com Deus,me senti uma criança desprezada,odiada por Ele...e fui crescendo com o pensamento de “orar pra que?”.....Isto tudo querido poderia ter sido diferente se houvesse um obreiro infantil para me acolher,me abraçar,me apascenta....pra me explicar às respostas do Senhor às nossas orações.Mas não tinha....não tinha ninguém pra me explicar o porquê que Deus não trouxe meu paizinho de volta pra mim como eu havia pedido...ninguém se preocupou comigo....como eu poderia falar com minha mãe?E se ela estivesse esperando a volta dele como eu?

Como é que vou dizer pra ela agora que ele não vai mais voltar?O que eu vou fazer?Será que Deus não me ouviu?Será que orei baixinho e Ele não escutou?

Será que orei errado?Será que Ele não me entendeu?O que aconteceu?

(estas eram as perguntas que eu fazia pra mim mesma),mas quem iria me responder?Não tinha ninguém.....não tinha um obreiro infantil para responder todas estas perguntas que me perturbava noite e dia...realmente eu estava sozinha...sem um amparo,sem alguém para cuidar do meu crescimento espiritual....

Fui crescendo dentro da casa de Deus,sempre trabalhando...mas essa minha ferida nunca cicatrizava,pois eu nunca entendia o porque deste querer de Deus.

Sete anos se passaram,cresci me tornei uma bela moça e eu,mamãe e Fernanda nos mudamos para outra cidade para ficarmos juntas da família da minha mãe...Ali eu já estava madura,já orava e até jejuava....mas a ferida estava aberta.

Após um ano que morava nesta cidade,Deus colocou em minha vida um servo do Senhor,levita em Sua casa,e nos casamos com apenas cinco meses de namoro (em outra oportunidade conto como foi meu casamento) ,então mudei novamente; fui morar no Rio de Janeiro.Lá estava sozinha,minha família estava longe,eu não conhecia ninguém...com quem vou conversar?eu olhava para um lado,olhava para o outro e não via ninguém....quando de repente olhei pro céu e vi que não estava só,Deus estava comigo...

Então passei a ver Deus com outros olhos,e não como aquele carrasco que não me amava.E uma vez fui orar sozinha em meu quarto e perguntei ao Senhor: “Senhor,o que queres de mim aqui na terra?O que posso fazer para outra criança não passe o que eu passei” mas Deus não me respondeu....

Quando fui me deitar Deus me deu uma linda visão,onde Ele colocava em minhas mãos um bebê recém-nascido que estava morto,mas quando eu o abraçava,ele revivia...(Glória a Deus!me emociono ao lembrar)

Então eu disse: Deus,Tu me queres apascentando os cordeirinho?”

E Ele me respondeu ao ouvido: “Tu és minha escolhida desde o ventre de sua mãe!”

Rapidamente fui atrás de cursos de evangelismo de crianças,foi aí que conheci a APEC,que fez diferença em minha vida.Mas tinha ainda uma feridinha lá no fundo do meu coração...e como eu podia cuidar de feridas dois pequeninos se eu ainda estava machucada? Então mais uma vez Deus me abençoou,colocando uma pessoa no meu caminho(Gina ) que me ajudou a arrancar esta ferida de vez da minha alma.Hoje posso afirmar para você,que sou uma pessoa totalmente curada pra Honra e Glória do Senhor Jesus.Tenho dois filhos Victor e Victória,que são consagrados á Deus desde meu ventre,sou muito feliz!

Hoje entendo que Deus permitiu que eu passasse por toda aquela provação para que eu tivesse a visão ministerial de cuidar dos pequeninos do Senhor,de apascenta-los,evangeliza-los,ganha-los para Cristo...Hoje sei do propósito de Deus em minha vida,e digo a Ele a todo momento “Eis -me aqui,Senhor”! ,por que sei que existem milhares de crianças que ainda não conhecem as boas novas da salvação.Mas infelizmente,são poucos os obreiros infantis...Então eu gostaria que você meditasse neste testemunho ,e pense em agir...porque assim como eu sofri com perguntas que pra mim não tinha respostas,muitas crianças estão sofrendo...clamando por uma ajuda e não sabem a quem suplicar.Então mexa-se,existem milhares de almas que precisa de você...

 

Se este testemunho lhe foi útil em sua vida espiritual,por favor me escreva.

Sei que Deus permitiu que eu passasse por isso para hoje servir de exemplo a milhares de professores de crianças,por isso,sua opinião é muito importante pra mim....Que Deus te abençoe e te dê forças para crescer cada vez mais no seu ministério.E lembre-se: Deus não escolhe os capacitados ,mas capacita os escolhido.Fiquem na paz do Nosso Bondoso Deus.

 

Flávia Ribeiro Grégio de Oliveira



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